A semana foi de altos e baixos.
No 1º dia, segunda-feira, 15.Setembro, ela vinha radiante quando a fui buscar ao J.I., "Mamã, tinhas razão, foi mesmo fácil e divertido!" - o meu coração quase rebentou de alegria. Pelo caminho veio a contar tudo o que tinham feito, direitinho. Em casa, já distraída com os seus gadgets rematou "Mamã, agora não vais contar [perguntar] sempre, porque agora vai ser igual todos os dias" - lá meti a viola no saco, sabendo que não ia ser sempre igual. Entretanto fechei a boca da admiração de a ver tão adaptada à nova rotina, tendo captado toda a nova organização nas palavras de professora.
No 2º dia voltou a ficar contente na sala. Quando a fui buscar vinha a resmungar que o dia não correu assim tão bem, porque aparentemente lhe deu a preguiça e disse à professora que não queria continuar a pintar. Como a professora não foi na onda, desatou a chorar e ainda mais chateada ficou por ter que ficar a acalmar na hora do recreio.
Lá lhe dissemos que é mesmo assim, não podemos fazer só o que nos apetece, infelizmente. No entanto, neste dia o que a preocupou mesmo foi que tinham feito um desenho e agora já não tinha ideias para mais. Vai daí uma sequência de perguntas e respostas, um rever o que era capaz e as perguntas "achas que vai correr bem?". Custou-lhe a adormecer.
No 3º dia revimos capacidades e queria ir entrar sozinha na 1º na escola, depois no corredor, para ser "uma menina crescida". A professora já os tinha preparado para isso acontecer de qualquer maneira na 5ª feira. Acabou por entrar sozinha na sala, tal era a confusão pelos corredores, de pais com prioridade de passagem sobre os miúdos. Aproveitei para rapidamente explicar que a Joana é muito trabalhadora, mas o desenho livre a bloqueia. Respondeu-me que ficou tudo bem no dia anterior, passou e é normal. Breves minutos para dizer tanto da minha menina... Espreitei-a sentada de ar desconsolado e vim embora de lágrima no olho, vazia e perdida. Longo é aquele corredor que nos separa.
O que é certo é que vinha feliz da vida, "um dia de cada vez filha" - e mãe.
No 4º dia, complicou. Mal acordou lembrou-se que tinha de entrar sozinha. Superado o choque inicial conformou-se e combinámos estratégia. No entanto, ao chegar, no meio da confusão de pais e guarda-chuvas, sem grande tempo para despedidas ficou confusa e começou a chorar. Espreitei pela porta, mas não conseguiu ir. Ficou com a funcionária que os recebe, no conjunto dos meninos aflitos que a rodeavam. A sra. é um amor e trata todos com carinho. Mandou-me embora e acedi. Fiz-me de forte, mas o meu coração vinha partido. "Tudo se vai resolver, tudo vai ficar bem."
À hora do almoço liguei para o jardim-de-infância, só notícias normais. À tarde vinha bem, nem se lembrava!
O 5º dia, sexta-feira, amanheceu com expectativa (a minha), mas foi tranquilo e de superação: disse-me adeus até onde pôde e à porta da cantina deu uma corrida. Ainda esperei para ver se voltava para trás, mas não apareceu, encontrou a sala no corredor mais longo do momento.
Fui com o pai busca-la à hora do almoço para rumarmos ao Alentejo, para o casamento do tio João.
Maravilha!!!
So far so good!