Num destes domingos em que a malta da casa é remetida para C. Paiva, com ordens de bom comportamento e muita diversão, a minha mãe passou o dia comigo e ao jantar o meu pai também veio. Vi os pratos de sopa na mesa e pensei que no frigorífico me parecia mais quantidade. O meu estava cheio, o do meu pai metade (ela não comeu). "Prefere que seja eu a comer bem", pensei, mas nem foi isso. No frigorífico ficou um caixa com uma parte guardada para mim, para o dia seguinte. Um miminho de mãe, que pensa em tudo e me encheu o coração.
Ainda há dias falávamos em família de como, nos tempos difíceis, as mães comiam menos ou as piores partes, como as cabeças da pescada, o pescoço do frango, deixando o melhor para os filhotes, dizendo que era do que mais gostavam. E esse carinho, essa protecção não muda, ainda que os motivos possam ser diferentes... deixam a coxa do frango, a última fatia do bolo, compram a fruta preferida... Já faço isso com a Joana.
Continuam a ser os pequenos gestos das mães.
E a minha é assim, mãe das grandes e das pequenas coisas.
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